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Apesar de este ano ser, para mim, um Carnaval mais curto, a verdade é que o "bichinho" está sempre cá.
É impossível não pensar em máscaras, nos carros, na autêntica folia que se vive.
O complicado vai ser ficar em casa alguns dos dias a cumprir o meu dever de estudante...
E como o "bichinho" já borbulha dentro de mim, aqui deixo uma música.
Uma das músicas carnavalescas mais conhecidas, na versão de Caetano Veloso.
"Berço do samba e das lindas canções
Que vivem n'alma da gente
És o altar dos nossos corações
Que cantam alegremente
Cidade Maravilhosa
Cheia de encantos mil
Cidade Maravilhosa
Coração do meu Brasil
Cidade Maravilhosa
Cheia de encantos mil
Cidade Maravilhosa
Coração do meu Brasil
Jardim florido de amor e saudade
Terra que a todos seduz
Que Deus te cubra de felicidade
Ninho de sonho e de luz
Cidade Maravilhosa
Cheia de encantos mil
Cidade Maravilhosa
Coração do meu Brasil
Cidade Maravilhosa
Cheia de encantos mil
Cidade Maravilhosa
Coração do meu Brasil!"
Torres Vedras, Cidade Maravilhosa, Cidade do Carnaval!
Obviamente em Torres Vedras.
Para quem não sabe, o Carnaval de Torres começou, aproximadamente nos anos 20.
Não tarda tem 100 anos de história.
Torreense de "gema" adora o Carnaval.
Aliás, vive desde o Natal, às vezes bem antes, a pensar constantemente no fato que vai fazer, ou que vai tentar desenrrascar nos trapos velhos lá de casa.
A essência do Carnaval, para quem o vive como eu, é essa.
É chegar a casa e arranjar uma máscara com aquilo que vier à mão.
É comprar tecido para fazer "o fato" desse ano.
Claro que há torreenses que escapam à regra e que "fogem" do Carnaval.
Mas, sinceramente, nunca os hei de entender. Talvez como eles nunca me entenderão, nem a todos aqueles que vivem mesmo o Carnaval.
Este ano que não posso gozar por inteiro os 5 dias de Carnaval, visto que as obrigações da faculdade têm de estar primeiro, acabei por não fazer nenhum fato, não ter ideia nenhuma.
Mas lá estarei.
O pouco tempo que posso, mas a tentar aproveitar sempre ao máximo.
“Torres, hoje, precisa já do seu Carnaval, e não estará longe o dia em que precisará dele tal como hoje carece de vender o vinho da sua região (…) E o próprio paiz que pode vir a ter em Torres o seu Carnaval – O Carnaval de Portugal!”
in Linhas de Torres, 1935 (www.carnavaldetorres.com)
Hoje estou deprimida.
Hoje resolvi escrever sobre as feridas e o tempo.
Não propriamente pelo meu estado de espírito, mas sim porque o livro que ando a ler tem uma passagem sobre este assunto. E porque adorei a metáfora que essa passagem contém.
Provavelmente, se não me sentisse chateada, (talvez deprimida não seja o melhor termo) não a transcreveria integrada neste contexto.
Diz-se sempre que as feridas saram com o tempo.
Que o tempo tudo cura.
Pode demorar mais ou menos. Mas cura.
Apesar do que se diz, há marcas que ficam para sempre gravdas na memória. Por mais que não se queira.
"Dizem que o tempo sara todas as feridas. Talvez seja verdade. Mas há feridas que parecem não sarar. Sangram, vertem pus, voltam a sangrar, surpreendem-nos a magoar a alma quando esta já deveria estar habituada e imune a tanta dor. É certo que, às vezes, essas feridas acalmam, como as marés que recolhem a água e recuam para o mar alto; mas, tal como as marés, regressam depois, revigoradas, pujantes, invadindo de novo a praia e fazendo sentir o fulgor da sua presença, o ímpeto do seu regresso."
in "A Ilha das Trevas" de José Rodrigues dos Santos
Este sentimento que me inunda e que não sei o que é.
Desespero?
Ânsia?
Medo?
Tristeza?
Não sei especificar o que é, e por isso aqui deixo outro poema.
"Deve chamar-se tristeza
Isto que não sei que seja
Que me inquieta sem surpresa
Saudade que não deseja.
Sim, tristeza - mas aquela
Que nasce de conhecer
Que ao longe está uma estrela
E ao perto está não a ter.
Seja lá o que for, é o que tenho.
Tudo mais é tudo só.
E eu deixo ir o pó que apanho
De entre as mãos ricas de pó."
Fernando Pessoa in Poesias Inéditas (1919-1935)
Saudades da praia, do mar, do céu limpo.
Saudades do Verão.
Saudades de Sagres, apesar de ser mais frio que o restante Algarve.
Saudades da calma e sossego da Vila.
E por isso aqui deixo este poema:
"Vinha de longe o mar...
Vinha de longe, dos confins do medo...
Mas vinha azul e brando, a murmurar
Aos ouvidos da terra um cósmico segredo.
E a terra ouvia, de perfil agudo,
A confidencial revelação
Que iluminava tudo
Que fora bruma na imaginação.
Era o resto do mundo que faltava
(Porque faltava mundo!).
E o agudo perfil mais se aguçava,
E o mar jurava cada vez mais fundo.
Sagres sagrou então a descoberta
Por descobrir:
As duas margens de incerteza
Teriam de se unir!"
Miguel Torga in "Portugal"
Deixo aqui os famosos "mandamentos do universitário".
Todos verdade. Ou quase todos.
1. O universitário sabe sempre a matéria. Se não responde é para não inferiorizar o professor.
2. O universitário nunca estraga o material escolar. Testa a sua resistência.
3. O universitário nunca se deixa dormir. O despertador é que não toca.
4. O universitário nunca é posto fora da aula. A sua presença é que é necessária noutro local.
5. O universitário nunca diz mal do professor. Faz uma crítica construtiva salientando os seus defeitos.
6. O universitário nunca copia. Recolhe dados.
7. O universitário nunca reprova. Renova a sua experiência.
8. O universitário nunca conspira contra um professor. Estes é que têm espírito de conspiração.
9. O universitário nunca bebe. Saboreia.
10. O universitário nunca fuma. Estuda os efeitos nocivos do tabaco.
11. O universitário nunca falta. Não comparece por motivos de força maior.
Acho que a mim se aplicam uns quantos.
Principalmente os pontos: 3, 5, 8, 9, 10, 11... lol
E assim é o mundo universitário.
Bem vindos à faculdade.
Existe agora a "moda" de criar dias Mundiais para tudo.
Não acho nada errado que haja um dia mundial da SIDA, Diabetes Mellitus, Osteoporose, etc.
Acaba por ser uma maneira de as associações têm de mostrar o que podem ou não fazer para ajudar quem sofre destas doenças. Bem como uma maneira de fazer prevenção, ao mostrar, apesar de ser só num dia, os comportamentos que se podem adoptar para as evitar.
Também não sou contra o dia mundial da Árvore.
Mas...
Dia Mundial do Café?
Dia Mundial do Orgasmo?
Dia Mundial da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha?
Dia Mundial dos blogs?
Será que não estamos a exagerar?
Já que há um Dia Mundial para tudo, resolvi ir procurar a que corresponde o meu aniversário. Qual é o meu espanto quando me deparo com o seguinte:
13 Novembro - Dia do Mau Humor
E agora?
Sinceramente fico a pensar que preferia ter nascido no dia mundial do Orgasmo.
Tendo em conta os acontecimentos recentes. Deixo aqui este poema.
"A morte chega cedo
Pois breve é toda a vida
O instante é o arremedo
De uma coisa perdida.
O amor foi começado,
O ideal não acabou,
E quem tenha alcançado
Não sabe o que alcançou.
E tudo isto a morte
Risca por não estar certo
No caderno da sorte
Que Deus deixou aberto."
Fernando Pessoa
Acabaram as aulas.
Começou a época de exames.
Sem descanso, para variar.
Mas é assim.
Acho que já acabei por me habituar.
Apesar de não concordar minimamente.
Apesar de não descansar o que devia.
Apesar de me sentir estafada.
É estranho passar tanto tempo a estudar para cuidar das pessoas e às vezes isso servir de tão pouco.
É estranho que enquanto uns, como eu, estudam Medicina, outros como os políticos, fecham urgências, maternidades...
E deixam pessoas morrer simplesmente porque viviam a 200km das urgências mais próximas e não chegaram a tempo.
E deixam pessoas morrer porque o 112 não funciona como devia.
A vida é o bem mais precioso do Mundo. E há quem o despreze assim.
Deviam ter vergonha.
Eu sabia que o curso era difícil.
Afinal vamos ter a vida das pessoas "na mão".
Mas...
Este ano até o Carnaval me tiram!!!!
Como é que é possível...
Aaaaahhhhh....
Devaneios.
É o desespero.
Será que ninguém entende que esta é a altura mais importante do ano para um torreense?
Porque em Torres Vedras o Carnaval não são 3 dias. São 5!!!