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Mais uma vez eu, mais uma vez Caeiro. Mais um poema.
As minhas "escapatórias mentais" vão muitas vezes parar a estes poemas.
Porquê? Não sei. Talvez porque são simples, mas de simples não têm nada. Talvez porque com estes poemas "vejo quanto da Terra se pode ver do Universo" (Alberto Caeiro).
"O mistério das cousas, onde está ele?
Onde está ele que não aparece
Pelo menos a mostrar-nos que é mistério?
Que sabe o rio disso e que sabe a árvore?
E eu, que não sou mais do que eles, que sei eu disso?
Sempre que olho para as cousas e penso no que os homens pensam delas,
Rio como um regato que soa fresco numa pedra.
Porque o único sentido oculto das cousas
É elas não terem sentido oculto nenhum,
É mais estranho do que todas as estranhezas
E do que os sonhos de todos os poetas
E os pensamentos de todos os filósofos,
Que as cousas sejam o que realmente parecem ser
E não haja nada que compreender.
Sim, eis o que os meus sentidos aprenderam sozinhos:
As cousas não têm significação: têm existência.
As cousas são o único sentido oculto das cousas."
Alberto Caeiro in O Guardador de Rebanhos