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Hoje quero partilhar este artigo de opinião.
O confronto entre o "anteriormente" e o "actualmente".
"Os armazéns Harvey Nichols, em Londres, começaram a comercializar o perfume do momento. Criado por Antoine Lie, um colaborador próximo de Armani, a fragrância dá pelo nome de «Sécretions Magnifiques» e propõe-se emular, para uma clientela cada vez mais exigente, os odores do sangue, do suor, da saliva e do sémen. Desconheço se a urina e as fezes são a próxima aposta do catálogo. (...) As vendas têm sido expressivas.
(...)
Verdade que os nossos antepassados não eram um bom exemplo: com a honrosa excepção dos romanos, que faziam do banho um acontecimento social, a sujidade extrema foi regra, quer por motivos religiosos, quer por motivos «médicos»: a partir do século XIV, quando a Grande Peste ceifou um terço da população europeia, era regra e conselho que a água quente, abrindo os poros, facilitava o contágio.
A solução era mudar de roupa várias vezes por dia, ritual que Luís XIV cumpria de manhã, à tarde e à noite. Só no século XVIII, sob influência «romântica», a água e a pureza regressaram às banheiras reais, embora Napoleão, sempre relapso, seja explícito numa das suas cartas a Josefina: «Regresso a Paris amanhã. Não te laves.» (...)"
por José Pereira Coutinho in "Divinas Comédias", Revista Única, Expresso nº1851, 19 Abril 2008