. Velha?!
. "Três esfaqueados no Port...
. Perfumes
. Perfumes
. "A nossa única riqueza é ...
Aqui há uns dias disseram-me que parecia uma velha.
Sim, uma velha.
Perguntei porquê.
Resposta: "Porque estás sempre a dizer que o país é uma vergonha."
Pois.
E eu pergunto: "É mentira?"
Não. Não é mentira.
"O país é uma vergonha" é a frase do desespero.
É a frase do "já não sei que possa dizer mais".
Certas pessoas só entendem quando lhes chega ao bolso.
Mas porquê?
Porque os puseram lá.
Mas quem?
Os políticos.
"Cada país tem o governo que merece".
"Quem bela cama faz, nela se deita".
Sabedoria popular aplicada à política.
E porque não?
Porque é o "povo" que os põe lá.
Porque o "povo" tem memória curta.
A semana passada Portugal entrou em pânico.
PR e PM estávam onde?
Ninguém os viu ou ouviu.
Talvez na Suíça a ver a Selecção.
E quem liga? Ninguém.
Desde que dêem regalias aos camionistas e diminuam 1% do Iva em Julho
Para "enganar o burro com a cenoura", tudo bem.
E já agora, velha. Não idosa.
Porque idosos e auxiliares de acção qualquer coisa são designações socialistas.
E mais não digo.
"Três pessoas foram esfaqueadas no final do Portugal-Alemanha na Praça General Humberto Delgado, junto à Câmara Municipal do Porto.
As três vítimas de 26, 39 e 43 anos, foram transportados ao Hospital de Santo António, mas já tiveram alta.
Segundo o Oficial Dia do Comando do Metropolitano do Porto, um homem de 59 anos esfaqueou sem qualquer motivo aparente as pessoas que se encontravam mais próximas.
«O homem terá ficado mal disposto com o resultado do jogo e começou a esfaquear quem estáva mais perto de si», acrescentou.
A fonte disse que o autor do esfaqueamento, que foi detido, já tem registos na polícia pela prática de crimes idênticos.
Nas declarações que prestou à PSP não deu qualquer explicação que justificasse a sua atitude, uma vez que, aparentemente, nem sequer conhecia as vítimas que «apenas tiveram o azar de assistir ao jogo ao seu lado.»"
in jornal Record, 20/06/2008
Nem sei se esta notícia merece comentários.
Desde ficar aborrecido com o resultado da Selecção ser motivo para esfaquear alguém, até as pessoas que foram esfaqueadas terem tido APENAS AZAR de ficar ao lado deste criminoso...
Sem mais comentários possíveis.
O país está como está.
Nem vale apena referir.
Contudo, o português
Estáva ligeiramente distraído
Devido à Selecção.
Talvez com satisfação dos nossos ministros
Assim puderam, durante uns dias,
Tapar o sol com a peneira.
O país esteve em crise a semana passada
E onde estávam os senhores ministros?
Talvez em Genéve a ver o jogo.
Quem sabe.
A verdade é que desta vez
Nem a Selecção nos permitiu espairecer.
Um país de vedetas
Um país de interesses individuais
Um país que se contenta com isso quando tudo corre bem
(Ou aparentemente corre)
Mas que quando tudo corre mal
Corre atrás do prejuízo
Em vez de atacar os problemas de frente.
Mas...
Esta descrição...
Não corresponde também à nossa Selecção?!
Selecção, diz-me tu...
Hoje quero partilhar este artigo de opinião.
O confronto entre o "anteriormente" e o "actualmente".
"Os armazéns Harvey Nichols, em Londres, começaram a comercializar o perfume do momento. Criado por Antoine Lie, um colaborador próximo de Armani, a fragrância dá pelo nome de «Sécretions Magnifiques» e propõe-se emular, para uma clientela cada vez mais exigente, os odores do sangue, do suor, da saliva e do sémen. Desconheço se a urina e as fezes são a próxima aposta do catálogo. (...) As vendas têm sido expressivas.
(...)
Verdade que os nossos antepassados não eram um bom exemplo: com a honrosa excepção dos romanos, que faziam do banho um acontecimento social, a sujidade extrema foi regra, quer por motivos religiosos, quer por motivos «médicos»: a partir do século XIV, quando a Grande Peste ceifou um terço da população europeia, era regra e conselho que a água quente, abrindo os poros, facilitava o contágio.
A solução era mudar de roupa várias vezes por dia, ritual que Luís XIV cumpria de manhã, à tarde e à noite. Só no século XVIII, sob influência «romântica», a água e a pureza regressaram às banheiras reais, embora Napoleão, sempre relapso, seja explícito numa das suas cartas a Josefina: «Regresso a Paris amanhã. Não te laves.» (...)"
por José Pereira Coutinho in "Divinas Comédias", Revista Única, Expresso nº1851, 19 Abril 2008