. Estrutura monolítica das ...
. Perfumes
. "A nossa única riqueza é ...
"Já sou quem tu queres que eu seja,
Tenho um emprego e uma vida normal.
Mas quando acordo e não sei
Quem eu sou, quem me tornei
Eu começo a bater mal.
O teu bem faz-me tão mal!
Já me enquadro na tua estrutura.
Não ofendo a tua moral.
Mas quando me impões o meu bem
Eu ainda me sinto aquém.
O teu bem faz-me tão mal!
O teu bem faz-me tão mal!
Sei que esperas que não desiluda,
Que por bem siga o teu ideal.
Mas não quero seguir ninguém
Por mais que me queiras bem.
O teu bem faz-me tão mal!
O teu bem faz-me tão mal!
Sei que me vais virar do avesso
Se eu te disser que foi em mim que apostei.
Não, não é nada que me rale
Mesmo que me faças mal.
Do avesso eu te direi:
O teu mal faz-me tão bem!"
in "Mal por Mal" do álbum Canção ao Lado de Deolinda
Tão certo.
Tão verdadeiro.
Para pensar.
Porque ao mesmo tempo:
"O teu bem faz-me tão mal" e "O teu mal faz-me tão bem".
"Vítima de tudo isto, Carlos tinha-se furtado a reparar nos detalhes do temperamento de Fernanda. A interpretação de uma beleza pessoal, que vivia como um desígnio divino, tinha gerado nela uma convicção de superioridade e, em consequência, uma perversão global da sua personalidade. Da mesma forma que os aduladores incutem o despotismo aos ditadores, os admiradores tinham incutido um egoísmo intransigente em Fernanda, e, habituada a isso, nada a fazia abdicar das suas opiniões.
Nascida sob o signo da Balança, do Zodíaco, o símbolo correspondia àquela mulher inflexível por uma escandalosa e decepcionante imprecisão da astrologia. A sua capacidade de ser justa só se manifestava quando esse comportamento não danificasse a estrutura monolítica das suas verdades. Administrava, com um rigor incrível, a sua escassa benevolência. Generosa apenas quando queria, podia ser cega e negar razões contundentes a um moribundo, se isso pusesse em causa as suas opiniões."
in "O Ano Em Que Devia Morrer" de Miguel Pinto
Como por vezes, um simples excerto de um livro,
Pode representar tão bem, tão perfeitamente,
Os pensamentos de uma pessoa comum.
Como por vezes, um simples excerto de um livro,
Pode representar tão bem, tão perfeitamente,
Pessoas que conhecemos.
Estranho não?!
Parece, por vezes,
Que é só para eu me lembrar
Ou para não me esquecer
Que o pior sentimento do Mundo
É a ausência dele
Que o pior sentimento do Mundo
É sentires que estás sem estares
Que o pior sentimento do Mundo
É quererem-te, sem te quererem.
Que o pior sentimento do Mundo
É o desprezo.
Seja em que medida for,
Seja fundamentado ou não.
Seja simplesmente por quereres falar
E a pessoa não está quando precisas
Não atende
Não diz nada
Mesmo que mais tarde diga:
"Ah e tal... Não podia. Que era?"
E aí, invariavelmente, a resposta é:
"Não era nada de especial. Deixa, já passou."
Estou a deitar tudo cá para fora.
Mas não desesperem.
Ainda falta o post sobre o meu "Amor" ao Natal...